Papo Sério

Sigam-me quem concordar com meus pontos de vista, os que não concordarem...

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


O MAIOR FÃ DE UM FILHO

Num dia qualquer desses aí, num ano qualquer, isso porque não me lembro, eu estava quente no escurinho, de repente, fui retirado abruptamente daquele lugar gostoso, para a luz, minha primeira visão foi um ser humano feminino que depois vim a saber que a chamavam de mulher e mãe, ela me cobria de carinhos, beijos, abraços, etc., mas lá no fundo encostado a uma parede, vi um ser humano masculino, que o chamavam de homem, tinha em seus lábios um sorriso doce e pelos seus olhos escorriam lágrimas doces por carinho e salgada pela sua composição química, que dias depois vim a saber que ia chamá-lo para toda minha vida, de pai.  Mais tarde, já sabedor de muitas coisas aqui nesse planeta, meu pai me acompanhava até o jardim de infância, primário, me ajudava a fazer algumas tarefas escolares, vibrava quando eu marcava gol nas peladas de domingo, ele era meu fã, eu não entendia porque tanto carinho e amor de meus pais, mas aquele homem, era demais, o calor e o carinho que exalavam em seu coração era muito grande. Já um pouco maior, me aconselhava quanto das minhas saídas noturnas, para que tomasse cuidado e usasse preservativos, caso necessário, e eu o ouvia sempre, ele na minha formatura universitária, me olhou com um olhar assim “não sei, tem algo de errado”, e arrumou o nó da minha gravata. Vocês não imaginam a felicidade e emoção deste homem, quando me casei, parecia que ele é quem iria se casar, e comigo, e mais uma vez em muitas de sua vida, ele voltava a derramar as mesmas lágrimas, eu gostava de saber que ele era o meu fã número um mas eu não entendia os seus sentimentos, até que um dia, ele já bem envelhecido, por uma vez em sua vida, ele chorou, eu iria promovê-lo de pai para avô, e me afagou os cabelos, como lá atrás quando ainda era bebê, mesmo com as mãos enrugadas, pelo tempo, parecia o mesmo afago de anos e anos atrás. Minha mulher foi para a maternidade, e eu fui lá com minha câmera em punho, para filmar o parto, aí então, vi quase uma cena se repetir, baixei os braços, parei de filmar e chorei porque agora eu era fã do meu filho e entendia perfeitamente o real sentido de ser pai.

by Ernesto Vidoca – 10.08.2012