AI...
MINHA MEMÓRIA
Sabe esses dias que você tira
para fazer uma faxina nas suas bagunças? Pois é, fui jogar fora aquilo que não
tinha mais utilidade, aí me deparei com grandes lembranças. Achei um telefone
preto de base quadrada e de disco, uma máquina de escrever, muita gente não
sabe o que é isto, lá no fundo tinha uma máquina fotográfica Polaroid, e
pasmem, funcionava, eu fiquei meio sem jeito porque estou acostumado às
tecnologias atuais e fiquei procurando na mesma, a tela de cristal líquido, não
tinha, é lógico tinha que colocar o olho naquele buraquinho, lembra, e ao lado
tinha um flash, vasculhando um pouco mais, vi uma coisa preta, grande e pesada,
nada mais era que meu antigo celular, e detalhe, ele só fazia e recebia
ligações, tinha uma antena, não era para TV não, era só mesmo para fazer ou
receber ligações, o bichinho não tinha mp3, câmera fotográfica, filmadora,
gravador de áudio, calculadora, internet, rede sociais, e-mails, como disse era
só telefone, e que comprei em muitas prestações, porque na época era
extremamente caro, hoje você compra em qualquer lugar e a qualquer preço, e
tinha o apelido de “meu tijolinho”, afundando mais a mão na caixa, encontrei
uma vitrola, gente, era isso reproduzia as musicas antigamente, e não é tão
antigamente assim, você tinha que pegar com cuidado no metal ao lado do braço
da vitrola e colocar a agulha na faixa do LP desejado mas antes era
aconselhável retirar a poeira da agulha para não riscar o disco, e caso este
estivesse riscado, simples, colocava-se uma caixa de fósforo em cima do braço ,
e pronto, problema solucionado, achei também um cartão da loteria esportiva,
era uma cartolina perfurada, era o mesmo principio que você tinha de fazer nos
computadores da época cujo os mais modernos, tomavam o espaço de uma sala
grande e funcionavam com válvulas, ah também achei mais uma coisa curiosa, um pingüim
de louça que ornamentava a geladeira. Encontrei tanta coisa naquela caixa, as
quais me reportaram ao meu passado, que fizeram com que eu tomasse uma atitude
direta e reta, não joguei nada fora, pois pensei, desfazendo de tudo isso, também
estaria jogando fora parte de minhas memórias, guardei a caixa de volta e com
ela algumas de minhas boas lembranças.
by Ernesto Vidoca – 25.07.2012