Papo Sério

Sigam-me quem concordar com meus pontos de vista, os que não concordarem...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

EU... SIMPLESMENTE
Às 11:30 da manhã de uma quinta-feira, do dia 29 de outubro de 1959, nasceu uma criança normal, com peso exato, tudo bem. Meses depois essa mesma criança, teve uma doença respiratória, e como muitas, foi curada, porém deixou uma seqüela, que meses depois, teve outra complicação de saúde, só que agora era mais grave, chegando atingir 41° de temperatura, literalmente o medico disse aos pais e familiares que era quase um caso perdido, que só havia duas hipóteses, a morte ou uma possível paraplegia (ou chegar a ser um PC – Paralisia Cerebral, que é um líquido derramado do cérebro para a coluna, resultado da febre alta, afetando a parte motriz, hoje denominado de ECI - Encefalopatia Crônica Infantil), felizmente a criança na idade de um ano e poucos meses, foi curada desse mal, porém como se previa ao escapar da morte, tornou-se um deficiente físico. Após doze ou treze anos, depois de intensos e cansativos tratamentos, junto a AACD, tais como fisioterapia, terapia ocupacional, hidroterapia, fonoaudiologia. Em 1974, o Ministério da Educação e Cultura, baixou uma resolução dando espaço e direito a todos e quaisquer portadores de necessidades especiais, estudarem e cursarem escolas padrões, junto com alunos comuns e a escola pioneira nesse segmento foi a Escola Estadual de 1º e 2º Grau Rodrigues Alves, na Avenida Paulista. O resultado foi muito bom, os alunos convencionais e os PNEs se interagiam como se entre ambos não houvesse diferença, e até incentivando alguns “normais” a seguirem esta ou aquela carreira; esta criança já agora adolescente, quase adulta, apesar de ter entrado com quatro anos de defasagem, acabou o curso ginasial com certa facilidade, concluiu o colegial posteriormente, na Escola Ascendino Reis, no bairro do Tatuapé, e ingressou á Universidade São Judas Tadeu para o curso de Letras com graduação de Português / Inglês e Tradutor e Interprete, paralelamente a este curso, fez Psicologia no mesmo local e outros cursos não graduados, foi free lancer do Jornal O Estado de São Paulo, por um certo período, responsável por dois encartes anuais da Formula Um, abriu uma micro agencia de publicidade, porém felizmente tendo macros contas/clientes, muito mais poderia ser acrescido no curriculum dessa “criança”, que hoje com pouco mais de cinqüenta anos, mesmo passando por sérios e graves problemas, venceu a todos, e hoje continua tendo, como qualquer outra pessoa, muitos problemas, porém, pouco a pouco, vencendo cada um deles, hoje casado, considerando isso também como uma vitória em sua vida, se sente um vencedor entre os muitos que quase na mesma condição, passaram e vencem seus problemas, mas estamos falando dessa “criança”, que não morreu e que na verdade, nunca vai morrer, pelo menos dentro mim. Não é criança? Essa criança, sou Eu, e me sinto orgulhoso do que sou, e vou buscar mais, e vou vencer mais.
 
by Ernesto Vidoca – 05.09.2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012


O MAIOR FÃ DE UM FILHO

Num dia qualquer desses aí, num ano qualquer, isso porque não me lembro, eu estava quente no escurinho, de repente, fui retirado abruptamente daquele lugar gostoso, para a luz, minha primeira visão foi um ser humano feminino que depois vim a saber que a chamavam de mulher e mãe, ela me cobria de carinhos, beijos, abraços, etc., mas lá no fundo encostado a uma parede, vi um ser humano masculino, que o chamavam de homem, tinha em seus lábios um sorriso doce e pelos seus olhos escorriam lágrimas doces por carinho e salgada pela sua composição química, que dias depois vim a saber que ia chamá-lo para toda minha vida, de pai.  Mais tarde, já sabedor de muitas coisas aqui nesse planeta, meu pai me acompanhava até o jardim de infância, primário, me ajudava a fazer algumas tarefas escolares, vibrava quando eu marcava gol nas peladas de domingo, ele era meu fã, eu não entendia porque tanto carinho e amor de meus pais, mas aquele homem, era demais, o calor e o carinho que exalavam em seu coração era muito grande. Já um pouco maior, me aconselhava quanto das minhas saídas noturnas, para que tomasse cuidado e usasse preservativos, caso necessário, e eu o ouvia sempre, ele na minha formatura universitária, me olhou com um olhar assim “não sei, tem algo de errado”, e arrumou o nó da minha gravata. Vocês não imaginam a felicidade e emoção deste homem, quando me casei, parecia que ele é quem iria se casar, e comigo, e mais uma vez em muitas de sua vida, ele voltava a derramar as mesmas lágrimas, eu gostava de saber que ele era o meu fã número um mas eu não entendia os seus sentimentos, até que um dia, ele já bem envelhecido, por uma vez em sua vida, ele chorou, eu iria promovê-lo de pai para avô, e me afagou os cabelos, como lá atrás quando ainda era bebê, mesmo com as mãos enrugadas, pelo tempo, parecia o mesmo afago de anos e anos atrás. Minha mulher foi para a maternidade, e eu fui lá com minha câmera em punho, para filmar o parto, aí então, vi quase uma cena se repetir, baixei os braços, parei de filmar e chorei porque agora eu era fã do meu filho e entendia perfeitamente o real sentido de ser pai.

by Ernesto Vidoca – 10.08.2012

quarta-feira, 25 de julho de 2012



AI... MINHA MEMÓRIA

Sabe esses dias que você tira para fazer uma faxina nas suas bagunças? Pois é, fui jogar fora aquilo que não tinha mais utilidade, aí me deparei com grandes lembranças. Achei um telefone preto de base quadrada e de disco, uma máquina de escrever, muita gente não sabe o que é isto, lá no fundo tinha uma máquina fotográfica Polaroid, e pasmem, funcionava, eu fiquei meio sem jeito porque estou acostumado às tecnologias atuais e fiquei procurando na mesma, a tela de cristal líquido, não tinha, é lógico tinha que colocar o olho naquele buraquinho, lembra, e ao lado tinha um flash, vasculhando um pouco mais, vi uma coisa preta, grande e pesada, nada mais era que meu antigo celular, e detalhe, ele só fazia e recebia ligações, tinha uma antena, não era para TV não, era só mesmo para fazer ou receber ligações, o bichinho não tinha mp3, câmera fotográfica, filmadora, gravador de áudio, calculadora, internet, rede sociais, e-mails, como disse era só telefone, e que comprei em muitas prestações, porque na época era extremamente caro, hoje você compra em qualquer lugar e a qualquer preço, e tinha o apelido de “meu tijolinho”, afundando mais a mão na caixa, encontrei uma vitrola, gente, era isso reproduzia as musicas antigamente, e não é tão antigamente assim, você tinha que pegar com cuidado no metal ao lado do braço da vitrola e colocar a agulha na faixa do LP desejado mas antes era aconselhável retirar a poeira da agulha para não riscar o disco, e caso este estivesse riscado, simples, colocava-se uma caixa de fósforo em cima do braço , e pronto, problema solucionado, achei também um cartão da loteria esportiva, era uma cartolina perfurada, era o mesmo principio que você tinha de fazer nos computadores da época cujo os mais modernos, tomavam o espaço de uma sala grande e funcionavam com válvulas, ah também achei mais uma coisa curiosa, um pingüim de louça que ornamentava a geladeira. Encontrei tanta coisa naquela caixa, as quais me reportaram ao meu passado, que fizeram com que eu tomasse uma atitude direta e reta, não joguei nada fora, pois pensei, desfazendo de tudo isso, também estaria jogando fora parte de minhas memórias, guardei a caixa de volta e com ela algumas de minhas boas lembranças.

by Ernesto Vidoca – 25.07.2012


terça-feira, 24 de julho de 2012


MISCELÂNIA

Bom dia, hoje eu acordei com saudade de você, sentei naquele banco da pracinha só porque, mas você abusou, tirou partido de mim, abusou, eu vou rogar uma praga, eu mandar, é você pra tonga da mironga du kaburetê, você abusou da regra três, olhos nos olhos, quero ver o que você diz, eu perguntei, o que será do amanhã, como vai ser o meu destino, porque se você quiser ser minha namorada, aí que linda namorada, você poderia ser, mas chegou o carnaval e ela não desfilou, tudo isso foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar, entrei em casa, era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada, mas salve, como é que vai, amigo há quanto tempo, um ano mais, você é tudo pra mim é algo assim, é mais que eu sonhava, baby, menino do rio, calor que provoca arrepio, dragão tatuado no braço, quero ver quem paga, confia em mim, porque a tua piscina está cheia de ratos, e a gente não está com a bunda exposta na janela pra ninguém passar a mão nela, realmente é um samba do crioulo doido, mas era e é tão bom ouvir essas musicas porque apesar de ser inverno, pra mim, é primavera, te amo, e se sofri ou se sorri, o importante é que esses detalhes tão pequenos eu vivi, ah como era bom cantar as musicas da MPB, e olha que eu não citei nem 0,1% daquelas de boa qualidade, bem mas meu caro amigo, caiu a ultima ficha, aqui na terra tão jogando futebol, tem muito samba, muito choro e rocck’n’roll mas o que eu quero te dizer, é que a coisa aqui está preta, já dizia o bom e grande Chico, bye bye Brasil.
by Ernesto Vidoca – 24.07.2012